Chávez diz que permanece no poder porque Constituição não prevê sucessão

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Renata Giraldi, Yara Aquino e Luiz Antônio Alves
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou justificar hoje (28) sua intenção de permanecer no governo por tempo indeterminado. Ao ser perguntado quando deixaria a Presidência, Chávez respondeu: “Eu não sei”. A reação ocorreu durante a visita do venezuelano a Brasília.

Ele afirmou que no momento não tem sucessor e que, por isso não há prazo definido para deixar o governo. “Agora, passados oito anos, Lula vai sair, por mandato da Constituição. Vocês vão eleger um novo presidente ou presidenta”, disse Chávez. “Na Venezuela, não. Quando eu tenho previsto para entregar o cargo ao meu sucessor? Não tenho previsto isso. Não tenho sucessor no momento, nem está prevista sucessão.”

Chávez explicou que, pela Constituição venezuelana, não há previsão sobre sua saída do poder. Ìndagado se sua permanência no cargo seria democrática, ele lembrou que na Europa, considerada berço da democracia, há países, como na Espanha, cujo rei é vitalício e o primeiro-ministro pode se reeleger sucessivas vezes. “Há especificidades de cada país e e de cada processo [político]”, disse ele.
Na passagem por Brasília, Chávez assinou 21 acordos de cooperação técnica e econômica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao final, ambos concederam entrevista coletiva com direito a oito perguntas para brasileiros e venezuelanos. A imprensa brasileira lembrou que o presidente Lula transmitirá o poder no dia 1º de janeiro de 2011 e quis saber quando Chávez faria o mesmo.

“Não tenho previsto isso [quando vou deixar o governo]. Não tenho sucessor previsto. Não há sucessão prevista”, afirmou Chávez. Ao ser perguntado por que de não está prevista a sucessão presidencial em seu país, o presidente foi objetivo: “É a Constituição”, disse ele, mostrando um exemplar da Carta venezuelana.
Chávez está no poder há 11 anos e é um dos maiores críticos da política norte-americana e de seus aliados. É também é alvo de acusações de exercer o poder de forma autoritária e de reprimir a liberdade de expressão.

Edição: Nádia Franco

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